Estresse pode levar ao problema de “resistência ao cortisol”
Resumos de FISIOLOGIA HUMANA 2 – Quando o cortisol, por conta do estresse prolongado, sobe de patamar.
[Este artigo já foi publicado no nosso antigo blog do substack ao qual, recentemente,me foi vetado o acesso para postar novas publicações. Dessa forma e para que possa ser conhecido pelos leitores deste novo blog -intitulado outramedicina2024.substack.com - , faço aqui a republicação do artigo]
O jejum prolongado [também o repetido] é uma forma de estresse. O organismo passa a sintetizar cortisol para produzir – a partir de tecidos do corpo – o açúcar que não chega pela alimentação.
O exercício extenuante – dezenas de minutos de exercício intenso por dia – é outra forma de estresse e, uma vez que o organismo, através desse exercício, entre em anaerobiose, queimando açúcar sem oxigênio, gerando lactato e acionando cortisol, também adrenalina, daí teremos o efeito-cortisol em marcha, com níveis plasmáticos deste hormônio do estresse em escalada, em alta.
Mais de uma vez já fizeram experiência com animais submetidos a esse duplo estresse, jejum mais exercício, durante semanas.
O efeito, lá na ponta, foi que, quando voltaram a se alimentar e o exercício cessou, os níveis de cortisol não mais voltaram ao normal.
Os animais agora estavam “viciados” em produzir níveis de cortisol e, ainda por cima, bem mais altos que os níveis basais, de antes da experiência.
E ganhavam peso praticamente com qualquer dieta.
Eram agora portadores de um problema chamado “resistência ao cortisol”. Isto é, os receptores de cortisol do corpo estavam dessensibilizados ao cortisol.
Só conseguiram que o cortisol baixasse através de um bloqueio da adrenal. Uma vez que tiveram a adrenal bloqueada quimicamente, os animais voltaram aos níveis normais de cortisol.
Em resumo: tinha sido engendrado um problema endócrino por conta do estresse e que só pôde ser equacionado cancelando a adrenal.
Também descobriram que quando o cortisol chega àquela resistência, um tipo de receptor do cortisol, o receptor-1, passa a agir como aldosterona, gerando efeito-aldosterona, isto é, retenção de sal e água. Com o animal inchando, ganhando peso em água.
Com os humanos ocorre algo semelhante. Quando entram em jejum, com mais exercício ou com menos exercício, ou quando entram em regime de exercício com dieta pobre em açúcar, ou low sugar [que obriga o corpo a sintetizar açúcar a partir dos tecidos = cortisol], os humanos estarão entrando em um regime de estresse. No regime do cortisol.
Mais adiante tendem a desenvolver níveis mais altos que o basal de cortisol. Revelando que tais práticas são estressantes.
G Dantas [Publicado originalmente em Brasília 5-12-23]
[Esta nota incluía um áudio/vídeo de 11 minutos desenvolvendo o tema mas, por razões técnicas, foi impossível reproduzi-lo abaixo]
As informações aqui presentes não pretendem servir para uso diagnóstico, prescrição médica, tratamento, prevenção ou mitigação de qualquer doença humana. Não pretendem substituir a consulta ao profissional médico ou servir como recomendação para qualquer plano de tratamento. Trata-se de informações com fins estritamente educativos. Nenhuma das notas aqui presentes, neste blog, conseguirá atingir o contexto específico do paciente singular, nem doses, modo de usar etc. Este trabalho compete ao paciente com seu médico. Isso significa que nenhuma dessas notas - necessariamente parciais - substitui essa relação.
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